Maria Campos. Este era o nome completo da mocinha do interior de Minas Gerais. Pouco, pensava ela.
Principalmente se comparado ao da amiga Valentina Vitória Mendes Teixeira Couto. Faltava-lhe o sobrenome do pai, já que fora concebida em uma circunstância trágica.
Mas, o que pode representar de fato um nome?
Valentina, a quem Maria no princípio achara meio enxerida, e que acabou por se tornar uma grande amiga, sabia de cor o significado de todos eles.
Da situação adversa, Maria tirou a ideia que a colocaria em uma sequência de aventuras: adotaria em cada lugar por onde passasse uma personalidade que correspondesse ao sentido do um nome escolhido.
Este é o enredo do novo livro de Stella Maris Rezende, que acaba de ser lançado pela Globo Livros, com ilustrações de Laurent Cardon e uma participação especial do autor Selton Mello, que não apenas faz o Apresentação, como também aparece na história como referência afetiva para a personagem principal.
A mocinha do Mercado Central tem a peculiaridade de se situar entre o romance, que narra o desenvolvimento de um protagonista, e uma sequência de contos que se desenrolam em diferentes cidades por onde ela passa.
A obra fala da vida em uma fase de transformações, cheia de descobertas e desafios.
Fala, em síntese, do desejo de liberdade que só é alcançado com a coragem de se reinventar a cada nova relação.
Mesmo estando em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em Brasília, Maria nunca perde o jeito mineiro.
E a narrativa de Stella Maris, cheia de lirismo e imaginação, mantém uma descrição vívida e realista das personagens e lugares, e garante a autora na tradição dos grandes prosadores das Gerais.