A filosofia do NTU: Direitos e Deveres no Despertar da Consciência Biocósmica

Os pensamentos afro-centrados e ancorados na ancestralidade das tradições africanas constituem simultaneamente uma oportunidade para o resgate da massa critica do Sul Global marginalizada pelo sistema colonial com impactos terríveis na desapropriação de modos de estar e culturas, bem como produção holística do conhecimento. O contributo do livro Filosofia do Ntu - direitos e deveres no despertar da consciência biocósmica da autoria do professor Bas`Ìlele Malomalo configura a imaginação prática e simbólica na relação com o ser multidimensional das gerações anciãs que conservam a viva memória do saber espiritual como experiência anterior e posterior dos seres, dando a comunidade o húmus com que alimenta, inova e constrói permanentemente as identidades. Miguel de Barros, sociólogo e pesquisador Coordenador da Célula de Pesquisa em História, Antropologia e Sociologia CESAC - Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral Guiné-Bissau Pensar nas relações harmônicas entre as Forças, seres animados, inanimados e tudo que se estabelece como existência, é perceber o movimento da Natureza. Respeitá-la é compreender que tudo está conectado, é potencializar o biocosmo, que na diáspora, se estabelece em uma profunda conexão com as ancestralidades que em si são Natureza. Assim percebemos nos candomblés de matriz bantu, Angola-Congo, quando nos conectamos com o Nkisi, Forças ancestres em constante transformação, em favor de uma realidade de conexões, intersecções, multiformas e processos que respeitam a pluralidade e a diversidade, em meio a unidade e singularidade de cada Ser-sendo Natureza. Pois é ela quem nos dá a Vida-Plena. Márcio Brito Neto - Cineasta, pesquisador e comunicólogo
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