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A máquina de moer os dias

(Cód. Item 1561715303)

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Não há ninguém mais exilado do que quem escreve cartas. A esse, é negado o território, o tempo, o diálogo. Para ele, só resta a letra, o refúgio da linguagem. Desde que li Vapor barato (Iluminuras, 2018), noto em Wilson Alves-Bezerra não a fragmenta ção (tecnicamente natural em se tratando de um romance epistolar como este), mas algo mais: a inconciliável busca de uma unidade, só alcançada no outro, na interlocução impossível no universo dos seus romances. Neste A máquina de moer os dias, o aut or está decidido a narrar o exílio (e também o asilo) dos seus personagens, agarrados a fiapos de fala – elemento caro aos psicanalistas. Contudo, a psicanálise é um tipo de literatura, de sinais trocados. Se Vapor barato está para a tal “teoria da a lma”, este A máquina de moer os dias dá todos os sinais do caso psiquiátrico. Crônico. Nacional. Sua “sintaxe da loucura”. E, em vez da retórica, do discurso e da catarse mediada, Wilson prefere nos colocar no hiato dessas falas, seus personagens vi ajando no tempo. Este romance é sobre o lapso, a lacuna, o silêncio. Como narrador, Wilson nos exila nesta sua ucronia, seu todo bem-construído horror vacui. Fragmentário. Agora veja: o fragmento é um polo. Quando se tenta compreender, por exemplo , a história recente e futura do país por ‘polarizações”, se tenta entender o fragmento, o estilhaço da granada, sem se ter entendido ainda a própria granada. É entender o todo pela soma de suas falhas, nessa estranha gestalt. Este romance denso liga os pontos do passado aos do futuro, no presente. Portanto, leitor e leitora, estas cartas surgem onde tudo falhou. E talvez seja quando tudo falhe que se originem todas as missivas: de suicídio, cartas-abertas, de amor, ridículas ou não. As cartas deste denso romance são filhas de alguma forma de lacuna, de falas interrompidas, de ausências. Nessa ideia de deslocamentos no tempo-espaço, emerge outra forma de terror: o fato de nem Milena nem o narrador/remetente nem Clareza Solar, nascendo ou não, nem nós nem ninguém poder fugir ao nosso destino. A palavra é do reino dos carteiros, mas denuncia, antes, a ideia trágica por detrás deste romance, onde não faltam representações da violência política, no Brasil, nas Américas, em todo lugar e e m todos os tempos. E, para ficar ainda no universo das cartas, a vida e este romance não admitem post scriptum, vulgo P.S. Eis a verdadeira tragédia. Sidney Rocha Wilson Alves-Bezerra (São Paulo, 1977) dedica-se à prosa de ficção, à poesia em pros
Ean: 9786555191905

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