Em Matriarca cidade, Dalgo Silva ergue uma arquitetura feita de carne, memória e afetos insurgentes. Neste livro, a cidade não é apenas concreto e trânsito: ela pulsa em corpos que re-existem, em lavadeiras que botam a limpo o passado, em crianças que pulam no mar e nadam em açudes, em amizades que se costuram no sal da vida. Aqui, a poesia é tecnologia de sobrevivência e de reencantamento: um modo de plantar outra cidade — aquela que acolhe, protege e dá de comer. A cada poema, o eu-lírico provoca: outra cidade é possível, uma cidade feita de plantas, rios, bixas pintosas, travas destravadas, filhos da terra, mães que também são filhas? Uma cidade que sabe que as verdadeiras fundações não são o concreto e o ferro, mas a ternura compartilhada, a vulnerabilidade abraçada, a luta constante pelo direito de bem viver? Dalgo Silva, com sua escrita amorosamente enraizada e insurgente, oferece uma poesia que é também gesto político e canto de cura. Matriarca cidade é convite, travessia e manifesto: uma cidade inteira para ser amada, reerguida e semeada Marca: Não Informado