Em A mulher nas (entre)linhas, Ana explora as expectativas abertas para as mulheres com o advento da modernidade, delineando como o feminino ganha nova dignidade social, gestando a implosão do cárcere da vida doméstica. Entretanto, Ana desnuda como a presença dominadora do patriarcado foi decisiva para a denegação de utopias futuras centradas no amor, perpetuando as mais diversas formas de violência. Diante dessa fantasmagoria, Ana afirma: “O objeto sou eu, é você que tem um corpo feminino, são as mulheres que viveram antes de nós e aquelas que virão depois”, ratificando como as permanências que nos assombram se constituem enredadas às dominações de gênero naturalizadas e dinâmicas afetivas empobrecidas pelo falocentrismo.