Publicada originalmente em quatro volumes, sob título de “Os vingadores da Patagônia trágica”, nos anos 1970, esta investigação custou o exílio do autor e do seu editor. O vingador anarquista Kurt Wilckens foi assassinado mesmo detido na prisão. A história do genocídio de mais de mil e quinhentos trabalhadores rurais em greve na Patagônia, levado a cabo pelo exército a mando do próprio Estado em defesa de grandes estancieiros em 1922, incomodou aos poderosos homens de bem da junta militar argentina como também ao governo de Javier Milei, que neste ano de 2025 ordenou a derrubada de um momumento em homenagem a Osvaldo Bayer localizado na cidade de Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz, onde aconteceu a tragédia. Por mais estúpido que pareça, estes atos simbólicos não são extravagâncias de um títere que foi parar na Casa Rosada. O ocultamento do crime, passados mais de cem anos dos fatos, e o apagamento histórico da luta social dos trabalhadores são métodos que nunca deixaram de ser utilizados pelas elites econômicas. A denúncia contida neste livro é um registro documentado de um massacre institucionalizado, uma chacina a sangue frio nos gelados campos sulinos do continente. Esta inédita tradução ao português serve para fortalecer a consciência de que a busca por dignidade neste sistema injusto e desigual é coletiva e não terminou. Marca: Não Informado