Edição exclusiva com caligrafia da capa por VALTER HUGO MÃE. Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto , escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. Só mesmo um grande romancista para desnudar ainda mais a terrível figura. Apesar da fatalidade, a morte também tem seus caprichos. E foi nela que o primeiro escritor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel da Literatura buscou o material para seu novo romance, As intermitências da morte. Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema. Idosos e doentes agonizam em seus leitos sem poder passar desta para melhor . Os empresários do serviço funerário se vêem brutalmente desprovidos da sua matéria-prima . Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não pára de aumentar. O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja . Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna? Ao fim e ao cabo, a própria morte é o personagem principal desta ainda que certa, inverídica história sobre as intermitências da morte . É o que basta para Saramago, misturando o bom humor e a amargura, tratar da vida e da condição humana.
Gênero: Literatura Editora: Companhia das Letras Autor: José Saramago ISBN: 9788535930344 Ano: 2017 Edição: 1ª Número de páginas: 150 Acabamento: Brochura Formato (LxA): 14,00x21,00