Café com Jung 2024: Discussões junguianas sobre traumas

Ao analisarmos a etiologia do processo traumático, precocemente estabelecido na primeira infância, à luz da Psicologia Analítica de C. G. Jung, vislumbramos muito mais do que processos psíquicos defensivamente organizados. Podemos distinguir uma função arquetípica interpondo-se na interlocução entre os conteúdos conscientes e os ainda inconscientes. Essa interlocução se expressa através de imagens arquetípicas que parecem incidir sobre a relação, de amor e aflições, entre dois planos de existência o humano e o divino. Na experiência psicológica traumática, como na narrativa mitológica, a saga humana se coloca à deriva. Mas, é somente nesta condição conflituosa que a consciência pode reconhecer e discriminar um télos existencial, tanto humano, no qual o indivíduo vai precisar sacrificar sua condição fatalista e renascer para a individuação, como divino, no qual, corrigindo sua rota por uma nova movimentação energética em curso, o Self se reconecta ao eixo (Ego Self) de uma Totalidade.