Paulista de Ribeirão Preto, Ventura é poeta desde a infância, e escreveu seu primeiro poema moderno ("Tédio") aos 14 anos. Do grupo dos chamados "poetas marginais" dos anos 70, época em que viveu no Rio de Janeiro e vendia seus poemas mimeografados no Teatro Ipanema, ele é, na opinião do romancista gaúcho Menalton Braf, "um dos maiores expoentes rimbaudianos entre nós". Para o poeta e crítico Antonio Carlos Secchin, membro da ABL, O catador de palavras "apresenta o reencontro de um homem consigo próprio, na sua mais intensa vocação: para além de um ‘catador’, um transfigurador de palavras. Ariscas, elas se deslocam do terreno da fala cotidiana para ressurgirem no espaço instável do poema, onde tudo se arrisca, em nome da beleza". Já segundo o escritor paulistano Álvaro Alves de Faria, o novo livro de Ventura "é, no fundo, um testemunho de vida, aquilo que a vida nos oferece ao seu tempo, quando ao passar dos anos vem desenhando nossa face num espelho que se quebra. Esta é a poesia de um poeta que compreende a grandeza da poesia e faz da poesia sua própria história". No prefácio ao livro, o acadêmico Carlos Nejar observa que Ventura, "como Rimbaud, ‘sentou a beleza nos seus joelhos’ e é inevitavelmente poeta, caudaloso, irreverente, com acento surrealista".