Neste seu terceiro livro publicado, e segundo dedicado ao conto, João Inácio Padilha reafirma sua habilidade de transformar histórias aparentemente simples em narrativas cheias de camadas, nuances e viradas inesperadas. É um livro multifacetado. Em algumas instâncias, a matéria do texto beira o mitológico: seres humanos desaparecem e, séculos depois, reaparecem como estátuas de terracota; terras estrangeiras só existem no imaginário, como a cidadela de Alfa Tria e os Estados Unidos da América no conto “Dinwiddie”. Chineses que se evaporam é um livro para quem gosta de ser surpreendido, para quem aprecia a construção de personagens que, não obstante despertarem incredulidade face aos seus feitos, estão por aí vivíssimos, atuando como mensageiros de certos ensinamentos – o desaparecimento das certezas, a reinvenção dos papéis, os limites sempre móveis entre o real e o imaginado. Marca: Não Informado