Cores, ventos e nuvens são cúmplices dos poetas No aleatório dos dias, cada um se apresenta com seus filtros de contraste e cor. Alexandre Brito, como um colecionador ao recolher imagens, compôs uma escala de cores da cidade de Porto Alegre ao longo de três anos. De um espaço determinado – a sacada camarote do apartamento da mãe, como no teatro –, jogou sua âncora para emoldurar o Guaíba, para seu olhar viajar pelas palavras e versos compostos e articulados com suas fotografias. Alexandre veio nos dar a sua “Cidade Imaginada”, que agora – com este livro nas mãos– passa a ser também nossa cidade. Lembro daquele menino que Eduardo Galeano nos deu a conhecer no “Livro dos Abraços”. Da mesma maneira fomos levados ao rio que Alexandre nos ajudou a olhar. Luiz Eduardo Achutti Fotógrafo e professor titular do Instituto de Artes da UFRGS "Olhando Porto Alegre da sacada da minha casa, as águas do Guaíba a meus pés, a Ponta do Gasômetro à distância, e as edificações onde antes o Hipódromo do Cristal e o Estaleiro Só, me vem à cabeça a máxima do sábio filósofo grego, Heráclito... 'ninguém pode banhar-se duas vezes no mesmo rio'. A mutabilidade da paisagem e de quem a mira é a fonte da arte que transforma imagem em poesia. Da cidade, mergulhada no seu transitório, e do poeta, imerso no fantástico da sua imaginação, é que nascem os poemas de Cidade Imaginada. O encontro da paisagem com meus olhos e de meus olhos com a paisagem, produziu um diálogo singular entre o visual e o verbal." Alexandre Brito