Como Contar A História De Uma Vida Em Um Corpo Que Passa Pela Doença Por Intervenções Médicas Radicais Pela Convalescença E Pela Maternidade Como Contar Essa História Quando Você Não É Apenas Uma Mulher Mas Uma Mulher Na Irlanda Um País Marcado Pelos Dogmas Do Catolicismo E Pelo Controle Do Corpo Feminino Nestes Ensaios Impressionantes E Ousados Sinéad Gleeson Cumpre Exatamente Essa Tarefa Além De Ouvirmos Uma Voz Que Vem Do Sangue E Dos Ossos De Seu Corpo A Autora Também Volta Seu Olhar Inquieto Para O Exterior Explorando Literatura Arte E Política Levandonos A Uma Jornada Poética Terna E Rebelde Que É Ao Mesmo Tempo Singularmente Pessoal E Universal Em Sua Ressonância A Autora Nos Diz Hoje Penso Em Todo O Metal Espalhado Pelo Meu Corpo Como Estrelas Artificiais Brilhando Sob A Pele Uma Constelação De Metais Antigos E Novos Depois De Anos De Cirurgias Tenho Dezenas De Cicatrizes Mas Elas Também Formam Uma Paisagem Familiar Articulações Podem Ser Substituídas Órgãos Transplantados Sangue Transfundido Mas A História De Nossas Vidas Ainda É A História De Um Só Corpo