Ah, que bom te encontrar aqui, pertinho, como se estivéssemos tomando um café quente numa tarde chuvosa...sabe? Tenho a sensação que você está prestes a embarcar numa jornada que, honestamente, me transformou de um jeito que nemeu esperava. E olha, não é conversa mole, não. A vida, às vezes,joga a gente em cenários tão inesperados que a gente nem pisca. Eu me lembro perfeitamente daquela mala... ah, aquela mala! Não era só roupa, era um emaranhado de sonhos, sabe?Uma auxiliar de enfermagem recém-formada, com a cabeça cheiade ideias, um coração pulsando forte, e a certeza de que Portugalseria... bom, seria Portugal, né? Um lugar de novas chances. Eusenti um frio na barriga, um misto de coragem e uma pontinhadaquela saudade que ainda nem tinha chegado, mas que a gentejá sente. O cheiro do Brasil ficando para trás... é uma coisa meiolouca.Mas a realidade... ah, a realidade! Ela tem um jeito peculiarde nos abraçar forte demais, às vezes. E meu abraço em soloportuguês foi um choque. Não foi o que esperava, de jeito nenhum.Imagine um lugar que, no papel, era para ser um lar deacolhimento, mas que na verdade era um abismo. Um cheiro...sabe, aquele cheiro que fica grudado na alma? De desleixo, deesquecimento, de vida se esvaindo sem dignidade. Foi chocante,viu? Impressionante o nível de decadência que eu encontrei. Minha alma gritou. Meu Deus, pensei, o que é isso? Minhas mãos, recém-formadas, coçavam para fazer algo. 
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