Luci Collin Vem Construindo Uma Obra Vasta E Intensa Nos Últimos Anos Sobretudo No Vigor Poético Da Sua Prosa Não Quero Com Isso Sugerir Uma Dicotomia Simples Entre Prosa E Poesia Mas Em Sua Escrita Múltipla Collin De Fato Tem Uma Voz Razoavelmente Unificada E Estável Nos Versos Ao Passo Que Na Prosa Realiza Uma Verdadeira Explosão De Modos Ritmos Tons Personas Que Vão Construindo A Cada Peça Toda Uma Nova História Da Linguagem Possível E Impossível É Como Se Seus Versos Fossem Uma Faceta Possível Em Seu Leque Amplo Dentre As Muitas Que Na Prosa Podemos Ver Mais Facilmente Isso É Um Verdadeiro Tour De Force Das Potencialidades Na Escrita Ainda Mais Num País Que Historicamente Aposta Tanto Em Certo Estilo Jornalístico E Insosso Atrelado A Um Realismo Triste Do Terceiro Mundo Collin Parece Recusar Qualquer Uso De Uma Linguagem Préfabricada Bem Como As Noções Caducas De Realismo Para Se Ter Uma Ideia Disso Basta Comparar Os Primeiros Contos Desta Nova Coleção Como Amostra Da Paleta Intro Se Desenvolve Pelo Coloquial Quasefalado Da Narração Em Primeira Pessoa Que Conta Em Deriva Uma Tentativa Fracassada De Comprar Um Sofá No Shopping Florilégio Se Volta Para A Narrativa Em Terceira Pessoa Numa Descrição Incômoda Da Vida Como Monstruosidades Compiláveis E Intermináveis Dispostas Em Herança A Partir Da Vida De Uma Mulher Já Da Capo Parece Um Poema Em Prosa Com Sintaxe Longa Subordinadas Angulosas E Vozes Entremeadas Quase Sem Pontuação Numa