"Depois que um corpo comporta outro corpo, nenhum coração suporta o pouco", diz o poema de Alice Ruiz. Ser mãe, de fato, é transformador em todos os sentidos. Para o bem e para o mal. Por nossos filhos, somos capazes de tudo - até dar a própria vida. Se necessário, encontramos uma força que não sabíamos que existia dentro da gente. A maternidade, todavia, traz consigo uma carga enorme para as mulheres do século XXI. Carreira, divisão de tarefas, relacionamentos... os obstáculos se multiplicam na vida pós-filhos. Para além dos presentes e das homenagens no Dia das Mães, no entanto, o chamado "emprego mais importante do mundo" recebe pouco apoio. Mães precisam dar conta de tudo e, muitas vezes, sozinhas — o que vale também para mulheres casadas. E ai de quem reclamar, porque "ser mãe é padecer no paraíso", afinal. Será que precisa ser assim? Temos mesmo que engolir goela abaixo esse modelo cheio de clichês? O que mães, pais, filhos e toda a sociedade perdem ao idealizar a maternidade? De fato, somos capazes de morrer por nossos filhos. Mas também temos de aprender a viver por eles. E isso significa celebrar a nossa força e lutar por nossos direitos. Marca: Não Informado