Diálogo com o Relógio: Uma viagem de inspiração e reflexão em 66 Poemas

Quantas horas de escrita são necessárias para forjar um poeta? Seria o poeta um ser misterioso, invisível, que em plena madrugada escreve versos escondido? Seria a poesia um meio para renascer em cada estrofe cotidiana da vida? Escrever é um ato de coragem. Publicar seu primeiro livro de poemas líricos aos oitenta e seis anos de idade é a cúspide da liberdade. A autora Célia Hilário DAngelo nos revela, sob o olhar atento e experiente, as adversidades, os prazeres, os amores e as tristezas que circundam a vida corriqueira de uma esposa e mãe dedicada. Célia, em seu profundo diálogo com o tempo, reconfigura eventos, recria personas e molda a existência por meio da subjetivação do cotidiano. O sonho infante interrompido por uma profunda mágoa renasce na juventude e passa a encher de palavras as madrugadas insones. Desde então, muitos foram os versos rabiscados, ora inspirados pela leitura de um romance, ora pelo convívio em família ou por vezes pelas inúmeras histórias que fluíam das bocas dos amigos, captadas pelos ouvidos atentos da poeta. Ao mergulhar nos poemas de Diálogo com o Relógio, adentramos na sutil melancolia da autora, que goteja letra a letra, verso a verso, estrofe a estrofe, página a página. Apesar da nostalgia ser marca indelével em sua escrita, ela nos presenteia com um otimismo pragmático ao encerrar o livro erguendo a taça da felicidade, brindando pelo tempo que lhe resta ao lado de quem a faz feliz. Um salve à vida da poeta e ao belo livro que estamos prestes a ler.