A trajetória da primeira imperatriz brasileira, uma das figuras mais queridas do imaginário nacional, é tema do livro D. Leopoldina e os viajantes no Brasil, do historiador da arte austríaco Robert Wagner. O autor, que dirigiu por 22 anos a Biblioteca e o Gabinete de Gravuras da Academia de Belas-Artes de Viena, se debruça sobre a decisiva participação de Leopoldina na independência do Brasil, contando sua chegada em 1817 e sua lealdade ao país de adoção – sem esquecer a dramática relação com o marido, d. Pedro, e sua morte aos 29 anos, em 1826. “O caráter de meu marido é extremamente exaltado… qualquer coisa que denote liberdade lhe é odiosa. Por isso, só posso observar.”, escreveu em carta à irmã Maria Luisa, mulher de Napoleão Bonaparte. Wagner reconta também, em tintas aventureiras, mas de extrema precisão e detalhe, as expedições de naturalistas e artistas ligados ao interesse europeu pelo Brasil – como os bávaros Spix e Martius e os austríacos Thomas Ender, Pohl, Natterer e Sochol. Traçando roteiros pelo interior do Brasil, em caminhos pouquíssimo ou nada conhecidos, esses europeus fizeram relatos abrangentes e pintaram imagens espetaculares do novo mundo tropical, recolhendo espécimes “exóticos” de plantas e animais, minerais e insetos. A vida e o trabalho de Ender, aliás, é especialidade de Robert Wagner, que já publicou alguns dos trabalhos mais importantes sobre esse artista cuja obra ficou tão ligada ao Brasil.