Utilizando a Alfândega como lente de observação, este livro se propõe analisar a economia, o comércio e a fiscalidade no Rio de Janeiro nos cinquenta e sete anos que antecederam a chegada da corte portuguesa no Brasil. Esse foi um período de extensas e profundas transformações políticas, culturais e sociais que fizeram com que a Coroa buscasse promover maior racionalização da administração, o que acabou por refletir na estrutura e dinâmica da aduana carioca, sem contudo lograr a almejada eficiência em seu funcionamento. Nessa época, a cidade do Rio de Janeiro já havia se destacado como importante Praça do Império lusitano ao demonstrar sua capacidade de articulação com diversas regiões da Colônia e por estar plenamente integrada no circuito comercial transatlântico. É nesse cenário que a Alfândega assume o papel de destaque não só como instituição recolhedora de tributos (indispensáveis à própria manutenção e à acumulação de riquezas das elites locais e portuguesas), como também pelo controle do tráfego de mercadorias.