Oitavo volume da coleção Arsenal Lênin, Esquerdismo, doença infantil do comunismo é um ensaio publicado pela primeira vez em 1920 e escrito às vésperas do II Congresso da Internacional Comunista. Na obra, Lênin aborda diretrizes para o futuro da Revolução e critica o que chama de esquerdismo, tendência dogmática de alianças e transição linear para o comunismo, defendida por várias tendências de partidos comunistas europeus e repudiada pelo autor. A obra conta também com o anexo Sobre a doença infantil do esquerdismo e o espírito pequeno-burguês, texto de 1918 que antecipa a argumentação de Lênin sobre o assunto. A guerra civil travada na Rússia após 1917 e o fim da Primeira Guerra Mundial marcavam o cenário conturbado da época. Na esteira da criação da Terceira Internacional, a obra tornou-se um guia para as forças políticas que aspiravam fazer parte do grupo. Lênin aborda em que condições se deve ou não fazer alianças, a participação nos parlamentos burgueses e os acordos possíveis com as mais variadas tendências políticas. Com tradução direta do russo, Esquerdismo, doença infantil do comunismo é uma leitura que enriquece o debate atual sobre alianças pragmáticas. Há passagens na obra em que Lênin aborda a instabilidade dos sentimentos de revolta e como isso pode sucumbir em um cenário totalmente oposto, como foi o caso do fascismo na Itália, que se consolidou na década de 1920: O pequeno burguês enfurecido pelos horrores do capitalismo é, tal como o anarquismo, um fenômeno social característico de todos os países capitalistas. A instabilidade desse revolucionarismo, a sua esterilidade, a característica de se transformar rapidamente em submissão, em apatia, em fantasia, mesmo num entusiasmo furioso por uma ou outra corrente burguesa da moda tudo isso é de conhecimento geral. TrechoO parlamentarismo está historicamente caduco. Isso está correto em termos de propaganda. Mas todos sabem que daí até a superação prática há uma enorme distância. Já há muitas dé