O livro ilustra como uma organização feminista negra mobiliza a interseccionalidade para fazer demandas políticas concretas ao pertencimento de raça, gênero e classe na cidade, no estado e na nação. Abdalla argumenta habilmente que o movimento de mulheres negras em Campinas demonstra que a interseccionalidade não é apenas uma teoria fundamental do pensamento feminista negro, mas também um etos político na luta pelo fim de todas as formas de desigualdade na sociedade e no mundo. Um exemplo brilhante de pesquisa engajada nas Ciências Sociais e centrada nas mulheres negras, Feminismos Negros e Interseccionalidade nos lembra que o “exercício de lidar com a diversidade” revela o árduo trabalho político de forjar a solidariedade enquanto se percebe as diferenças, conflitos e alianças. Keisha-Khan Perry, Professora de Estudos da Diáspora Africana da Universidade da Pensilvânia (Filadelphia, EUA) e autora de Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira: a luta das mulheres negras pelo direito à terra no Brasil.