Estando a Filosofia Clínica há algum tempo na estrada podemos dizer que ela é já bem conhecida do público brasileiro. Em que ela consiste? Essencialmente é um método de abordagem psicoterapêutica desenvolvido sobre três colunas: análise categorial, estrutura de pensamento e submodos. Essas três colunas são apresentadas e comentadas nessa obra. No entanto, a obra não faz apenas de uma exposição didática desses momentos do método, ela inclui um aprofundamento sistemático desses momentos, considerando as pesquisas desenvolvidas recentemente. Em outras palavras, incorpora resultados de pesquisas recentes e traz uma leitura avançada da prática clínica, fazendo as atualizações necessárias para quem deseja um olhar atual para o assunto. Por isso, é um livro tanto para iniciantes quanto para àqueles que querem aprofundar seus estudos. Cabe recordar que , como técnica , ela é diferente do que se faz na Psicologia pelo diálogo mais estreito com a Filosofia. Entretanto, a Filosofia Clínica se distingue das abordagens que usam a Filosofia nos trabalhos clínicos , porque não emprega as teorias filosóficas no aconselhamento psicológico. O método foi singularmente construído por Lúcio Packter com um diálogo criativo com toda a tradição filosófica. No entanto, para nós esse diálogo com a herança filosófica tem uma marca contemporânea ou uma perspectiva fenomenológica existencial. Uma fenomenologia existencial considerada mais como filosofia que como método. Ou de forma mais simples, a Filosofia Clínica tem, por pano de fundo, as referências da filosofia contemporânea desenvolvidas na Europa continental, mesmo sem deixar de dialogar com a filosofia analítica e com o pragmatismo americano