A mediação e os outros métodos adequados de solução de conflitos surgem, então, como vias que legitimam a escuta, o silêncio e a palavra como instrumentos que viabilizam a reescrita, por seus próprios protagonistas, dos capítulos das suas histórias de vida. Nada poderia ser mais autoral e, por isso, autêntico. Como se espelho da vida fosse, a mediação nela reflete seus efeitos. Afinal, mediar não é eliminar o conflito, tampouco ignorá-lo. É, antes, permitir que ele exista, expresse seus contornos, revele sua complexidade. Somente assim dará lugar ao novo constituído a partir da postura dos mediandos conjugada com as habilidades do(a) profissional mediador(a), desenvolvidas a partir do contínuo estudo teórico e vivência prática visando ao constante aprimoramento. Para muito além das estatísticas, novas realidades serão tecidas e feridas simbólicas curadas. Este livro, concebido como um manual de mediação, transita entre a técnica e a sensibilidade, entre o rigor metodológico e a delicadeza das relações humanas. Aqui, nestas preciosas páginas, constam reunidos importantíssimos subsídios acerca da desafiadora missão de lidar com os conflitos humanos. Trata-se de um aporte norteador para os adeptos dos meios consensuais, onde encontramos as orientações necessárias que sustentam o fazer dos mediadores, conciliadores e negociadores. Entretanto, mais do que um simples roteiro procedimental, esta obra se apresenta como um convite à reflexão crítica sobre o papel desses profissionais, sobretudo no que tange à postura e responsabilidade na condução dos processos dialógicos. Dorval Henrique Ferrari
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