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Hiroshima Está Em Toda Parte

(Cód. Item 1572925779)

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Levou tempo até que Günther Anders conseguisse escrever sobre a era nuclear, tamanho o choque que sofreu ao ouvir, pelo rádio, a notícia do bombardeio de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945. “Apenas no início dos anos 1950 consegui dar o primeiro passo, inseguro”, escreve. “Mas aquilo que consegui produzir não passou de uma confissão de minha incapacidade; não, da nossa incapacidade de ao menos imaginar aquilo que ‘nós’ fizemos ou produzimos.” Com aquela destruição incandescente, a humanidade demonstrava ter adquirido definitivamente o poder de aniquilar a si mesma. Esse feito inédito fundou, segundo o autor, uma nova época: o “tempo do fim”. Os três livros de Hiroshima está em toda parte — um diário, uma correspondência e um discurso — abordam o advento do autoextermínio e a responsabilidade de cada ser humano pelos acontecimentos monstruosos que marcaram o século xx. Nesse sentido, a “liberdade” que os Estados Unidos buscaram garantir ao lançar as bombas que trucidaram centenas de milhares de japoneses em três dias não passa de uma falácia. “Porque só somos realmente livres quando participamos das decisões sobre o que produzir e sobre o que será do mundo; quando percebemos que também nosso trabalho é um ‘fazer’ e que nossa produção é um ‘colocar em ação’; quando assumimos responsabilidade pelo que criamos.” Oitenta anos depois da explosão que mudou o mundo para sempre, e num momento que a tecnologia adentra cada poro de nossa vida, as ideias de Günther Anders continuam essenciais. Talvez mais do que nunca. *** O mais enfático testemunho filosófico contra o armamento nuclear, Hiroshima está em toda parte é um compilado de três textos escritos por Günther Anders entre 1958 e 1964, todos centrados na monstruosidade destrutiva das bombas atômicas que, sob o verniz do combate ao totalitarismo e defesa da liberdade, ceifaram centenas de milhares de vidas no século XX. Na primeira parte, O homem sobre a ponte: diário de Hiroshima e Nagasaki, acompanhamos a chegada de Anders ao 4º Congresso Internacional contra as Bombas Atômicas e de Hidrogênio, em Tóquio, quando ele e outros ativistas se reúnem para alertar o perigo irrevogável da tecnologia atômica e redigir um código moral sobre a situação nuclear. A viagem prossegue com a visita às cidades japonesas treze anos depois dos bombardeios, num texto ao mesmo tempo intimista e filosófico, que expõe diálogos com outros viajantes, reflexões pessoais e o desespero de viver num mundo assombrado pela ameaça da destruição em escala industrial. Na segunda parte, intitulada Para além dos limites da consciência, Anders torna pública sua correspondência com Claude Eatherly, major da Força Aérea dos Estados Unidos que participou do bombardeio de Hiroshima e Nagasaki. Ao contrário de seus colegas de farda, recebidos como heróis patrióticos, Eatherly vivia angustiado pela culpa: tentou suicidar-se duas vezes e também tentou ser formalmente punido, cometendo pequenos delitos a fim de ser preso. Acabou internado num hospital de veteranos das Forças Armadas, onde recebeu a primeira carta de Anders, o único interlocutor que não o considerava louco. As cartas abrangem um período de praticamente dois anos, nos quais Anders tenta ajudar Eatherly a obter alta do hospital e ambos tentam articular seu interesse em comum: mobilizar esforços pelo fim do armamento nuclear. Por fim, no último texto, Os mortos: discurso sobre as três guerras mundiais, Anders relembra a enorme dimensão da monstruosidade que nossa tecnologia foi capaz de produzir: uma guerra de “produção automatizada de cadáveres” e “que poderia liquidar toda a humanidade”. Diante da iminência da destruição total, o autor convoca uma greve de produção: uma greve internacional contra a aniquilação da humanidade. Surpreendentemente atuais, suas reflexões são um alerta estridente para que “o tempo do fim” não se torne, de fato, “o fim dos tempos”. *** O caso Eatherly é não somente uma injustiça terrível e infinita contra um indivíduo mas também característico da loucura suicida de nossa época. Após a leitura das cartas de Eatherly, nenhum ser humano sem ideias preconcebidas pode duvidar de sua sanidade mental, e para mim é difícil acreditar que os médicos que o classificaram como demente estivessem convencidos da precisão do diagnóstico. Ele foi penalizado simplesmente porque se arrependeu de sua participação — comparativamente inocente — no massacre. Os métodos que escolheu para despertar a consciência dos seus contemporâneos e lhes abrir os olhos para esse e outros delírios atuais podem não ter sido sempre os mais razoáveis, mas sua motivação merece a admiração de todos que nutrem sentimentos humanos. Os contemporâneos de Eatherly estavam dispostos a honrá-lo por sua participação no massacre; mas, ao mostrar arrependimento, ele foi venda em lote. As pessoas tinham reconhecido no arrependimento a condenação do ato. Espero sinceramente que a publicação do caso faça com que as autoridades sejam conv

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