A contradição econômica é absoluta entre o Capital e o Trabalho. Enquanto o primeiro tem por tendência natural reduzir à escravidão todos aqueles que penam a seu serviço, o segundo só pode periclitar, aviltar-se, afundar na vil rotina se ele não é livre, espontâneo, alegre, criador de força pessoal e iniciativa. A conciliação desses dois contrários, quadratura do círculo buscada por boas almas, é impossível, todavia, a cada nova luta, o resultado dá lugar a composições temporárias que, se há progresso, aproximam-se gradualmente da justiça, comportando a livre participação de todos os homens no trabalho, em seus produtos e nas maravilhas que ele descobre. Tal é o ideal da sociedade. Estudemos o estado atual das coisas para ver se, em sua marcha hoje tão rápida, a humanidade move-se na direção desejada.