Imaginação e Mundo: Um Diálogo Entre Bachelard, Arendt e os Fazeres com Barro na Infância

A escrita deste livro é demarcada pela pesquisa de Mestrado em Educação, no qual apresento uma interlocução filosófica entre as fenomenologias de Gaston Bachelard e Hannah Arendt para destacar a íntima relação entre imaginação poética e o barro no cotidiano da educação infantil. O estudo foi desencadeado tanto pela convivência dos adultos com as crianças e os fazeres com o barro, quanto pelo processo de interpretação dos registros fotográficos do vivido. Nos fazeres com o barro podemos admirar a potência da imaginação poética como esforço do corpo na produção de sentidos, a admiração pelas imagens das crianças brincando com o barro permanece em nós como um princípio de vida relacionado à possibilidade de recomeçar, uma vez que, a imaginação poética emerge como força dinamizadora na constituição de reservas de entusiasmo que nos ajudam a acreditar e confiar no mundo/ no outro. A docência então emerge como intencionalidade de acolher e ajudar a inaugurar a humanidade naqueles que chegam ao mundo, que possa refletir como se ensina a ser do mundo, e mais, é tentar entender: como ensinar o que é da dimensão poética? Talvez seria ajudar o outro a pensar, ou ainda, pensar junto para que o outro pense; e mais, compartilhar o meu sonho de pensar num mundo que permanecerá devido aos fazeres, aos fazeres também com o barro.