Em Linguagem e cognição das fake news, o linguista Enrique Huelva Unternbäumen propõe uma análise profunda e inovadora sobre um dos fenômenos mais inquietantes da contemporaneidade: a proliferação de fake news no espaço público, especialmente em contextos democráticos. Com base em aportes da linguística cognitiva, da linguística textual, da pragmática e da filosofia da linguagem, a obra revela os mecanismos pelos quais as fake news operam, conquistam adesão e moldam percepções políticas e sociais. Mais do que identificar conteúdos falsos, o autor investiga como esses enunciados são estruturados e comunicativamente eficazes mesmo sem sustentação em fatos. Em uma proposta autêntico, classifica diferentes tipos de fake news a partir da teoria dos atos de fala, distinguindo entre mentiras, afirmações anepistêmicas e afirmações desfactificadas, conforme seus níveis de compromisso com a verdade e com a racionalidade argumentativa. O livro também destaca o papel da linguagem no encapsulamento comunicativo promovido pelas redes sociais e na substituição do debate argumentativo por estratégias de mobilização afetiva e simbólica. Em meio à fragmentação do espaço público e à crescente indiferença à verdade, Huelva mostra como expressões aparentemente simples – como “balbúrdia” ou “vírus chinês” – podem funcionar como gatilhos cognitivos potentes, capazes de pautar o debate e polarizar o discurso. Refletindo sobre o papel da ciência e da racionalidade pública, Linguagem e cognição das fake news é leitura essencial para quem deseja compreender como a linguagem se tornou um campo de disputa política, e como resistir à erosão da verdade em tempos de desinformação. Marca: Não Informado