E se os valores da sociedade, da fé e do modismo atual estivessem suscetíveis aos interesses de um reduzido grupo de pessoas? E se, das instituições, dos templos religiosos e do mercado, ecoasse a mesma ideologia de controle de massas? E se um homem conseguisse traduzir esses interesses e essa ideologia em um livro? Que riscos ele e seus amigos correriam? E se, de repente, você se desse conta de que isso não é pura ficção? À literatura cabe, em muitas ocasiões, a difícil tarefa de desvelar a feiura da alma humana nos fenômenos coletivos. Política, economia e religião são prodígios da humanidade, mas podem encerrar, em suas configurações, esse traço deprimente. Expondo esse traço, a literatura enseja ao leitor a oportunidade de compreender. E assim, lúcido, melhor agir. Livro Amarelo nutre essa pretensão: estimular lucidez. Suas linhas não são de fácil trato.