“Roube como um artista, não como um bobalhão.” Esta é a proposta de Austin Kleon para quem deseja se tornar um “cleptomaníaco criativo”, ou simplesmente se libertar do fardo de tentar ser completamente original e acolher as influências que estão por aí para criar e desenvolver as próprias ideias, trabalhar e viver de forma mais criativa. Afinal, explica o autor, “Tudo se baseia no que veio antes, e toda nova ideia é apenas um mashup ou um remix de uma ou várias ideias anteriores”. Não é à toa que a máxima de Pablo Picasso “Arte é roubo” é uma das epígrafes de Roube como um artista: O diário – Um caderno de anotações para cleptomaníacos, que chega às livrarias em novembro pela Rocco.
Depois de Roube como um artista, um manifesto sobre a criatividade irreverente e repleto de dicas para ativar o potencial criativo do leitor, Kleon, que é escritor e artista gráfico, oferece agora, em Roube como um artista: O diário, um verdadeiro livro de atividades (ou caderno de anotações) para o leitor registrar todo tipo de observação sobre ele mesmo e sobre o mundo e as pessoas a sua volta, formando assim um vasto panorama de seus pensamentos, gostos, interesses, dificuldades e… de suas influências.
São mais de 200 páginas de exercícios – ou brincadeiras, para quem prefere olhar por esse lado – que estimulam o autoconhecimento e a criatividade: por exemplo, listar coisas que você tem vontade de aprender e tudo o que o assusta; registrar seus sonhos todas as manhãs; reescrever sua citação favorita de maneiras diferentes; desenhar no escuro; escrever uma carta para alguém que você odeia (e tentar fazê-lo rir); roubar o título de um livro que você nunca leu e escrever sua própria história com ele; imaginar diálogos para cenas de programas de TV ou para histórias em quadrinhos; fazer colagens com jornais e materiais encontrados na lixeira.
O desafio é fazer um exercício por dia. Inevitavelmente, o leitor vai buscar suas referências para cumprir as tarefas e cavoucar ideias e talentos por vezes adormecidos. Ao final, “Você estará pronto para olhar para as suas influências e sua vida cotidiana como matéria-prima para o seu trabalho. Você estará pronto para pegar o que roubou, transformá-lo em seu próprio trabalho, e liberá-lo novamente para o mundo, para que possamos roubar de você”, provoca Kleon, com o bom humor e a sagacidade que marcam sua obra.