Vivemos Um Processo De Medicalização Da Existência O Sofrimento Os Desânimos As Simples Manifestações Da Dor De Viver Parecem Intoleráveis Em Uma Sociedade Que Aposta No Bem-Estar Como Meta Num Contexto Que Exalta Os Valores Ligados À Eficiência À Produtividade Ao Bem-Estar E À Felicidade O Sofrimento Passa A Ser Visto Como Uma Patologia Que Precisa Ser Corrigida Assim Um Processo De Contínua Expansão Dos Diagnósticos Vem Trazendo Para O Campo Da Psicopatologia Comportamentos Emoções E Estados Subjetivos Anteriormente Experimentados E Concebidos Como Parte Da Condição Humana De Modo Que Cada Vez Mais Pessoas Se Tornam Potencialmente Portadoras De Algum Transtorno Constatando Esses Fenômenos Tanto Na Clínica Quanto No Campo Da Pesquisa Mariama Furtado Problematiza O Assunto E Mostra Que Ao Tentar Suprimir O Sofrimento Da Experiência Da Vida A Medicalização Acaba Destituindo O Próprio Sujeito Daquilo Que Diz Respeito À Sua Singularidade E Da Possibilidade De Instituir Formas Autênticas E Criativas De Viver