Às Vezes Todas Nós Gostaríamos De Ter O Direito De Sermos Simples E Muito Fracas Mas Não Podemos Não Nós Não As Mulheres Não Essas Mulheres Que Somos E Então Escrevemos Escrevemos Com Gana E Fogo E Dor Molhamos As Metafóricas Penas Em Nosso Próprio Sangue O Sangue Também Pode Ser Doce Outras Vezes Ele Só Tem Mesmo Gosto De Sangue O Gosto Que Sentimos Na Boca Depois De Um Soco Escrever Assim É Falar O Que Não Deve Ser Dito Ou Não Deveria Não Assim Não Explicitamente De Amor De Cortes De Manchas Na Alma De Desejo De Passado Das Constantes Mãos Em Nossas Bocas Tentando Impedir Que As Palavras Saiam Pois Elas Saem E Dançam Juntas Pelas Páginas Do Livro Inteiras Como A Última Matrioska Que As Forças Todas Mantenham E Multipliquem Mulheres Como Rubermaria Sua Poesia Sua Arte Sua Vida Até Que Todas Possamos Falar Nenhuma De Nós Calará E Nenhum Som Ecoará Em Vão