Nunca Tive A Menor Dúvida De Que O Traduzir É Uma Atividade Infindável Desde O Início Dos Tempos Humanos E De Que Toda Toda Toda Tradução Sempre Tem Um Elemento De Acaso Uma Margem De Arbitrariedade Que Nenhum Praticante Do Ofício Deixaria De ReconhecerTraduzimos E Isso Sempre Pensando Refletindo Escolhendo Desistindo Decidindo Outra Coisa E Que Afinal Poderia Ainda Ser Uma Terceira Uma Quarta Uma Centésima Coisa Diferente Isso Cada Um De Nós Individualmente Faz E Em Cada Texto Imaginese Então A Quantidade De Obras Ao Longo Dos Milênios A Quantidade De Gente Traduzindo Ao Longo Dos Milênios E Nunca Se Chegando Nunca Podendo Nem Pretendendo E Na Consciência Desse Drama Muitas Vezes Nem Querendo Se Chegar A Nada Definitivo Vertiginoso É Preciso Coragem Habilidade Conhecimento Para Refletir Sobre Essas Fossas Profundas Da Precariedade E Da Transitoriedade Do Traduzir E Quando Falo Conhecimento Refirome A Conhecimento De Causa Conhecimento Prático Experiência Concreta Pois Afinal Como Dizem Falar É Fácil Fazer É Que São Elas E É O Que Encontramos Em Metáforas Da Tradução Em Doses Generosas Coragem Habilidade ConhecimentoAqui Lembro Outra Metáfora O Crochê Eu Me Sentia Desmanchando O Crochê De Certos Escritores Descobrindo Os Pontos Os Truques Prediletos Deles Dizia Rachel De Queiroz E Essa Imagem Pode Se Aplicar Não Só A Traduções Como Também Às Reflexões Sobre Essa Prática Tão Multifacetada Metáforas Da Tra