Diogo Mainardi Encara A Arte A Morte E A Própria Decadência Em Um Livro Implacável Entre Ruínas Venezianas E Pinturas De Tiziano Ele Transforma O Fracasso Estético Existencial E Humano Em Linguagem E A Linguagem Em Rendição Com Ironia E Um Desespero Quase Sublime A Graphic Novel De Não Ficção Meus Mortos É O Retrato Impiedoso De Um Tempo Sem Transcendênciadiogo Mainardi Perambula Por Veneza Seguindo O Rastro De Tiziano Acompanhado Por Seu Cachorro E Fotografado Por Seu Filho Nicode Peste Em Peste De Morte Em Morte Ele Reflete Pateticamente Sobre Seu Fracasso Individual E Mais Ainda Sobre O Fracasso Coletivo De Seu Tempo Incapaz De Qualquer Forma De Transcendência Apropria-Se Da Arte Desesperada E Sublime Do Maior Pintor Da História Que Retratou Melhor Do Que Ninguém Nossos Fracassos Individuais E Coletivos Assim Como O Sexo O Poder A Bestialidade Humana A Brutalidade Dos Deuses E O Fim Dos Temposdurante Esses Itinerários Venezianos A Linguagem Do Grande Pintor Esmaga A Do Pequeno Escritor As Imagens Asfixiam As Palavras Mas Não Se Trata Apenas De Uma Supremacia Estética A Pincelada De Tiziano Confere Uma Forma E Uma Cor E Em Certos Momentos Até Mesmo Um Arremedo De Sentido À Pequeneza Do Escritorem Seu Testamento Literário Diogo Mainardi Despe-Se Completamente E Com As Nádegas De Fora Ostenta Sua Derrota