O entusiasmo da autora, a força das suas convicções, nos faz repensar conceitos, rever posições, alimentar o desejo de rápida mudança, caminho único para a alteração da realidade que nos cerca e que continua a evidenciar a mulher como vítima de uma dominação e subordinação histórica, com déficit de representação na vida pública e privada. A desigualdade de oportunidades, que compromete o princípio democrático, mantém acesa essa evidência de que o sexo feminino permanece inferiorizado e que combater essa misoginia que ainda remanesce não dispensa ações para o empoderamento feminino, ou a formulação de uma agenda que garanta a participação plena e efetiva das mulheres; enfim, a igualdade em todos os níveis de tomada de decisão, seja no campo político, privado, econômico, social ou público. Maria do Rocio Luz Santa Ritta O estudo perpassa pela formação histórica do constitucionalismo brasileiro, evidenciando como a cultura patriarcal moldou nossas instituições políticas e jurídicas. Ao mesmo tempo, analisa criticamente como essa herança cultural ainda reverbera na atualidade, manifestando-se em diversas formas de violência política contra as mulheres. Um dos pontos altos da pesquisa é o diálogo crítico que a autora estabelece entre as teorias do reconhecimento de Axel Honneth e Nancy Fraser. Enquanto Honneth oferece importantes contribuições para compreender as lutas por reconhecimento e os processos de formação da identidade, Fraser apresenta uma crítica relevante e propõe um modelo alternativo que merece destaque. Marcelino da Silva Meleu Marca: Não Informado