Não se espante. Cante é a poesia que rompeu do fundo da vida vivida, que se desvencilhou das correntes que nos prendem e que nos turva a impressão do mundo, para expressar essa emancipação da palavra e do sentimento. Palavra e sentimento livre, espanto diante da pequenez da vida e vontade de se opor à opressão de um mundo construído na marginalização do povo pobre são os pilares dos poemas contidos aqui. Como diz um poema: saem de mim palavras que esbravejam e que seguem [...] sorrindo onde vejo sorrisos/grunhindo onde vejo grunhidos. Sempre arregaçando os dentes para uma utopia alegre e rejeitando aqueles que nos querem calar. Precisamos seguir livres e emancipados, com todos os fardos que isso traz. Na poesia de Não se espante. Cante somos levados a esse estado assustador de liberdade, às vezes aturdidos, vezes acalentados, mas sempre embalados em sentimentos universais, colhidos na beira de um regato de uma vida vivida e única, como é cada vida. Marca: Não Informado