A história neste livro é um relato autêntico e intenso de uma mulher que vivenciou e, ainda vivencia as mazelas só por ser mulher. Sua disponibilidade de se expor sem receio é admirável, sobre efeito da sinestesia pude notar suas emoções ecoarem em cada palavra escrita. Suas cicatrizes à mostra, são inevitavelmente notadas. A escrita é de resistência, empoderamento, acolhimento, de uma sabedoria adquirida com punhos de ferro, que enfrentou/enfrenta padrões estéticos e comportamentais que determinam um único modo aceitável, das quais deturpam e segregam. Há um combate ativo contra a ideia de inferioridade do feminino; sua inquietude é gutural, se impõe diante do que está posto, é uma afronta ao sistema patriarcal que, apesar de seus tentáculos, não conseguiu anulála. Dividir sua experiência é de uma solidariedade necessária, fazendo com que não só mulheres se identifiquem como quem viveu algo similar, mas, sem dúvida, também para os homens que ainda não entendem a responsabilidade direta na maneira como o feminino é visto e tratado. A autora se debruça na busca pela igualdade, respeito, pelo direito de ser quem ela é isso tudo entre tristezas, alegrias, perdas, conquistas, traumas, superações, resiliência, maternidade, família. Digo que, depois de conhecer essa fabulosa vivência, empadilhei! Dener Dias
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