Este trabalho procura avançar na interpretação dos conceitos de revolução passiva e de transformismo a partir das formulações e indicações dadas pelo próprio Gramsci em seus Cadernos do Cárcere. A proposta de ampliação dos conceitos de revolução passiva e de transformismo em Gramsci, apresentada neste trabalho, tem por motivação central a mobilização de um aparato teórico-conceitual capaz de contribuir para a compreensão das questões levantadas pelo estudo da transição política da Ditadura Militar à Nova República no Brasil (1974-1985). Tal proposta se justifica pelo fato de que no processo de transição politica tem grande realce a capacidade de cooptação sobre a oposição burguesa e, particularmente, sobre a oposição popular e antiautocrática exercida pelo governo militar e pela autocracia burguesa através do projeto de transição lenta, gradual e segura e das reformas institucionais promovidas no periodo. Apesar da crescente dissonância e mesmo contradição entre o projeto de transição lenta, gradual e segurae o processo histórico efetivo, as mudanças moleculares que configuram a passagem de uma forma da autocracia burguesa a outra apresentam a formatação institucional da arena de atuação das organizações e entidades do movimento dos trabalhadores como principal meio para sua cooptação, colocando a necessidade de ampliação das possibilidades interpretativas dos conceitos aqui abordados a partir das proprias indicações dadas por Gramsci. Marca: Projeto Editorial Praxis