Ne quid falsi dicere audeat ne quid veri non audeat. Não ouse dizer nada de falso, nem omita nada de verdadeiro. Leão XIII A Igreja é uma realidade simultaneamente divina e humana. Templo do Espírito Santo e corpo de Cristo, ela manifesta, entre os homens, a vida divina, mas o faz segundo as condições concretas da história e da liberdade humana. Traçar sua história, portanto, é tarefa que exige reverência e precisão: trata-se de sondar um mistério de santidade a partir de evidências históricas documentos, monumentos, práticas e decisões. A Nova história da Igreja se propõe a tanto: reconstituir por métodos rigorosamente científicos o passado da história da Igreja de Jesus Cristo não apenas como instituição hierárquica, mas como o povo de Deus, protagonista e destinatário da salvação; não apenas como fato sociológico, mas como ambiente de vida sobrenatural; não apenas como herdeira dos Apóstolos, mas como Mãe que gera, sustenta e é formada por todos os fiéis. É uma coleção católica, no sentido mais profundo do termo: ampla, universal, aberta às grandezas e limites de uma história que é, ao mesmo tempo, humana e sagrada. Neste quarto volume, O século das luzes, revoluções, restaurações (17151848), acompanhamos os desafios crescentes enfrentados pela cristandade europeia diante do racionalismo iluminista, das transformações políticas e das revoluções modernas. Apesar da secularização promovida pelos novos Estados, a Igreja encontra caminhos de renovação espiritual e doutrinal. É em meio a este \"século das luzes\", entre Revolução Francesa e a restauração pós-napoleônica, que a Igreja reafirma sua missão universal.