Na linguagem dos vulcões, nuvem ardente é o nome da onda de fogo, gás e cinza que desce a montanha antes da explosão. Um sinal do que esta por vir. Ela não pergunta. Ela não avisa. Ela leva o que tiver pela frente. Destrói. Mas também limpa. Uma profecia de ruptura, para que tudo renasça: mais fértil, mais vivo, mais forte. Homens errantes, pais ausentes, desertos internos, vulcões adormecidos. Nuvem ardente é um livro sobre o que vem antes da explosão ? ou depois. São seis contos que queimam devagar, caminhando entre a memória e o mito, costurados por temas como masculinidade, silêncio, morte e transformação. Textos desesperados, humorados e, por que não, fantásticos. Histórias sujas, secas, quentes. Cada conto funciona como uma estrada ou um espelho ? cabe a você decidir se está indo ou voltando. Em Nigredo , um homem luta para retomar o controle da própria vida — sem perceber que está preso no campo das ideias, desconectado do corpo, da terra, da realidade. Em Garganta Seca , ele caminha pelo deserto, com a boca colada pelo pó e um desejo simples: um copo d’água. Mas o que encontra é uma travessia mítica — onde sede, culpa e redenção se confundem. Em Famara , um conto de amor. Uma história sobre se entregar — ao outro, ao mundo, a tudo o que não se pode controlar. Em As Aventuras de Dylan , um velho herói decide partir em sua última jornada. Uma fábula suja, romântica e impossível sobre crescer sem abrir mão da rebeldia. Em Nuvem Ardente , um filho segue os passos do pai por terras mexicanas. Busca respostas em um vulcão — ou será que é o vulcão que o chama? E em Profundos , depois de tudo que ardeu, resta o silêncio. Um novo idioma. Uma última história. Um mapa que aponta para onde ir — ou para onde já fomos sem saber.