Escrever poesia é difícil. A poesia enxuta, que diz tanto com tão pouco, aquela poesia que captura o momento fugidio do cotidiano, quase uma crônica em versos, aquela que expõe vísceras com tanta beleza que engana nossos olhos, fazendo-nos pensar que vemos flores... ah, é coisa das mais complicadas. Escrever prosa também é difícil. Afinal, histórias inventadas precisam nos levar a lugares desconhecidos e, ao mesmo tempo, familiares. Um desafio e tanto. E não é que Ariane Porto abraça a poesia e a prosa lindamente? O Pesadelo de Morfeu chega devagar, como um guia de viagem gentil, apontando a paisagem, os pássaros, a arte, até que, sem aviso, nos descobrimos arremessados no turbilhão da mente brilhante dessa artista tão multifacetada. Sairemos todos perplexos deste livro. Mas, assim como a vida mostra, até o pior pesadelo, no fim, é sempre um sonho. Marca: TAO Edições