O discurso amo é um conceito da psicanálise introduzido por Jacques Lacan, que se refere à dinâmica de poder e dominação presentes em diferentes relações humanas. Na contemporaneidade, esse discurso se mostra ainda mais evidente e complexo. No discurso amo, há uma polarização entre aquele que detém o poder e aquele que se submete a ele. O amo é aquele que exerce controle sobre o outro, determinando suas ações, definindo suas idenOdades e limitando suas possibilidades de expressão. Na contemporaneidade, o discurso amo se manifesta de diversas formas, tanto em nível individual quanto coleOvo. Nas relações interpessoais, é comum observar dinâmicas de poder e submissão, seja no ambiente de trabalho, na família ou nos relacionamentos afeOvos. O uso das redes sociais e das tecnologias digitais também têm contribuído para a intensificação do discurso amo, com a difusão de narraOvas hegemônicas, que impõem padrões de comportamento e pensamento, incenOvando a conformidade e a submissão. Além disso, o discurso amo se faz presente nas estruturas políOcas e sociais, onde os detentores do poder impõem suas vontades e interesses, silenciando vozes dissidentes e marginalizadas. A desigualdade social, a discriminação racial e de gênero e a opressão de minorias são reflexos do discurso amo que perpetua sistemas de dominação e exploração. Diante desse cenário, é fundamental refleOr sobre as implicações do discurso amo na contemporaneidade e buscar formas de resistência e transformação. A série de seminários aqui reunidos busca, justamente, discuOr essas questões, trazendo, com riqueza bibliográfica e de exemplos, um pensamento sobre a incidência do discurso amo na clínica psicanalíOca e na possibilidade de leitura do sujeito contemporâneo. Monica Seincman