Em olhos D'Água conceição Evaristo Ajusta O Foco De Seu Interesse Na População afro-Brasileira Abordando, Sem Meias Palavras, A Pobreza E A Violência Urbana Que a Acometem. Sem Sentimentalismos, Mas Sempre Incorporando A Tessitura Poética À Ficção, Seus contos Apresentam Uma Significativa Galeria De Mulheres: Ana Davenga, A Mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, A Menina Zaíta. Ou Serão Todas A mesma Mulher, Captada E Recriada No Caleidoscópio Da Literatura Em Variados Instantâneos Da Vida? Elas Diferem Em Idade E Em Conjunturas De Experiências, Mas Compartilham Da Mesma Vida De Ferro, Equilibrando-Se Na Frágil Vara Que, Lemos no Conto O Cooper De Cida, É A Corda Bamba Do Tempo. Em olhos D'Água estão Presentes Mães, Muitas Mães. E Também Filhas, Avós, Amantes, Homens E Mulheres Todos Evocados Em Seus Vínculos E Dilemas Sociais, Sexuais, Existenciais, Numa Pluralidade E Vulnerabilidade Que Constituem A Humana condição. Sem Quaisquer Idealizações, São Aqui Recriadas Com Firmeza E Talento As duras Condições Enfrentadas Pela Comunidade Afro-Brasileira.