Muito se escreveu e muito se escreverá sobre dona Luíza Michaela da Cruz. Apesar de sua imponente figura, que dominou uma vasta região da então colônia portuguesa do século XIX, sua condição de mulher e polígama fez com que fosse esquecida pela historiografia oficial. Em um romance brilhante, Adelino Timóteo resgata a imagem da mulher que foi chefe militar, senhora de armas e combatente, fazendo frente ao poder da metrópole. Quem não fosse de acordo com a perspectiva dela, ela podia mandar matar. Ela tinha uma lagoa de crocodilos. Ela tinha homens, ordenava, e lançavam-no à lagoa de crocodilos, acrescenta o escritor.