O livro de Sally Wellausen espeita os contornos desta singular radicalidade empirica que orienta o trabalho de Foucault. Ela nos mostra que nao se trata de passar do saber e do poder ao sujeito do saber e ao sujeito do poder. Com efeito, a presenca constante do tema do sujeito e solidaria de uma profunda modificacao no modo de visar a subjetividade. Primeiramente, nao se trata nem de substancialidade metafisica nem de estrutura logica ou transcendental, mas de um movimento de formacao que somente se torna visivel quando abandonamos o preconceito de uma realidade definida como origem constituinte do ato subjetivo. Seria preciso, se tal coisa fosse possivel, evitar toda definicao, que para o nosso pensamento habitual constitui sempre o pressuposto da identidade. Teriamos de nos conformar a uma nova maneira de pensar; o sujeito e ato, os sujeitos sao seus atos, movimentos que se formam historicamente e que nao se consolidam porque suas modalidades variam e se transformam antes que se cristalizem. Neste sentido, nao se deveria perguntar pelo ser do sujeito ou mesmo onde ele se localiza, porque ele nao e, nem esta em qualquer lugar, ele passa ao longo das formacoes historicas. (Franklin Leopoldo e Silva)