Há livros que se aproximam do precipício com cautela. Este, porém, salta sem olhar para trás. Silvia Anspach nos conduz por um universo literário vertiginoso, onde as emoções não pedem licença e as relações humanas se desenrolam com a força de um vendaval. Entre o êxtase e a ruína, entre o desejo e a redenção, cada página desafia o leitor a sentir sem reservas. Dividida em duas partes Páthos e Ágape , a obra investiga a anatomia das emoções. Páthos é o epicentro da paixão: arrebatadora, incandescente, sem concessões. Nos monólogos dessa primeira parte, a protagonista se lança ao desejo com a mesma intensidade com que se deixa consumir por ele. Amar, aqui, é tanto combustão quanto claridade. Já Ágape volta-se para aquilo que sobrevive ao incêndio. Se a paixão devora, o afeto edifica. Nesta segunda parte, os laços se reinventam entre a ternura e a despedida, entre cicatrizes e reconciliações. As histórias aqui narradas não apenas falam do que sentimos, mas de como o sentimento nos transforma. Com uma prosa cortante e visceral, Silvia Anspach constrói uma obra que não se contenta em entreter ela arrebata, inquieta, ressoa. Um livro para quem não teme o impacto da literatura, mas o vazio da indiferença. Marca: Não Informado