Com esta orelha aqui, somam-se nove na criação deste livro: um par do meu pai, o autor outro do Pedro, meu irmão que assina a foto dele mais um do Antonio, o irmão do prefácio as minhas duas, claro e essa, de papel, mesmo, que você tem em mãos. E stou aqui contando orelhas porque é a primeira vez que meu pai junta os filhos para estarem com ele em um livro. E faz todo o sentido, uma vez que o livro são as memórias dele. E que memórias! Meu pai, assim como grande parte da família Prata, é um e xímio contador de histórias. Passei parte da vida, portanto, ouvindo muitas das que estão aqui — e outra parte vivendo algumas delas. Desde que me entendo por gente, quando estou com meu pai, uma cena se repete: ele sentado, falando, falando, e um ta nto de gente em volta, atenta.
E gargalhadas. Este livro é como ter meu pai nas mãos. Ele, aqui comigo, com você, contando essas histórias. Mas agora, além de fazer você gargalhar, também vai surpreendê-lo, relembrar, aprender e até mesmo fazê-lo chorar, quem sabe? O livro tem histórias incríveis, que falam com todo mundo — a da batalha da Maria Antonia e outros momentos da ditadura, por exemplo.
Mas muitas outras, bastante pessoais, que não interessariam a ninguém não fosse o faro fino qu e o autor tem para entender o que nasce para ser contado – se bem contado, claro. E isso ele faz como ninguém. Poder ter Mario Prata te contando histórias assim, ao pé da (ih, mais uma) orelha, é privilégio. Boa leitura!
Maria Prata