Coberta por um permafrost é assim que se enxerga a narradora deste livro, uma mulher cínica e com tendências suicidas, interessada apenas em arte e sexo. Obrigada a conviver com a mãe controladora e a irmã irritantemente otimista, ela mantém sua proteção ao mundo numa camada de gelo que ora derrete, ora racha, mas que em geral se mantém dura e fria. Com a linguagem concisa e poética característica de Eva Baltasar, temos aqui uma narrativa que nos faz pensar sobre amadurecimento, liberdade feminina, laços familiares e solidão.