A voz de E. D. Hirsch se destaca, já há muitas décadas, como a de um grande crítico da pedagogia contemporânea, expondo a relação entre seus princípios e o fracasso educativo de gerações de estudantes. A influência de idéias românticas e progressistas, especialmente a substituição da transmissão do conhecimento pelo treinamento em habilidades gerais, como \"pensamento crítico\" e \"aprender a aprender\", foi a tônica das reformas educacionais nos Estados Unidos; mas, como o leitor deve saber, isso não aconteceu somente nos EUA: foi exportado para outras partes do mundo, inclusive o Brasil, espalhando situações de crise. Com base nas mais recentes descobertas da ciência cognitiva, o autor está convicto de que a solução para os problemas da educação não virá de mais dinheiro ou de mais infra-estrutura, mas sim de uma mudança nas idéias fundamentais que nortearão a reforma. Para Hirsch, é uma questão de justiça social proporcionar igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, o que só se faz por meio de um currículo básico de conhecimentos, que devem ser transmitidos para o bem de cada indivíduo que assim se torna digno, autônomo e capaz de se comunicar e de toda a nação.