Este livro marca um momento importante dos debates psicanalíticos no Brasil, em que é possível dialogar com um autor, tê-lo como inspiração, sem perder de vista seu lugar histórico e político, sua fertilidade e suas limitações – em que se pode pensar, para dizermos de outra forma, para além das escolas fechadas e da submissão acrítica ao instituído. O espírito questionador à consolidação epistemológica da psicanálise em sistemas que se pretendem únicos, ao lado da sensibilidade empática com os modos de sofrimento de seu tempo, é o que melhor pode caracterizar o pensamento de Ferenczi. Aqui ele aparece não como um mestre, mas como um companheiro de percurso caminhando ao nosso lado.