Contado em um ritmo vertiginoso, com vozes que se intercalam e uma boa dose de humor negro, a ação de Safári gira em torno de um advogado responsável por criar um esporte absolutamente mórbido. Página após página, o livro se constitui como uma espécie de novela policial às avessas, em que o assassino parece deixar seu perseguidor cada vez mais encurralado. Aqui o importante não é descobrir como os crimes ocorreram (algo que é esclarecido ao leitor desde o início), mas entender que tipo de motivação há por trás deles. Devido à sua habilidade narrativa e à maneira minuciosa com que constrói a ação, Luís Dill é capaz de tratar assuntos tão sérios como a corrupção sistêmica e a banalização da violência em nossa sociedade com muito humor e incrível leveza.