A obra O Segredo do Convento: como é por dentro, minhas memórias conta as experiências vividas a partir dos anos de 1970, inicialmente no interior, em uma cidade muito pequena de Santa Catarina. É uma obra que apresenta uma estrutura narrativa híbrida, combinando elementos de autobiografia, autoficção, ensaio filosófico e crítica institucional. A obra se organiza de forma cronológica e progressiva, porém não linear, criando um percurso que inicia no universo rural familiar, atravessa diversas fases da formação religiosa (juvenato, postulantado, noviciado e escolasticado) e culmina na ruptura com a vida consagrada e na construção de uma nova existência. O texto desenvolve-se a partir de três dimensões que se entrelaçam: a narrativa factual (descrição de eventos e personagens), a reflexiva (análises sobre memória, identidade e instituições) e a confessional (revelações íntimas e desabafos sobre conflitos internos). A narrativa é construída em camadas, com capítulos que funcionam como marcos temporais e simbólicos da trajetória apresentada. A metáfora do palácio, que representa o convento e suas etapas, ilustra o percurso físico e espiritual do narrador. A tensão entre pertencimento e deslocamento orienta a obra do começo ao fim. O protagonista enfrenta múltiplas formas de inadequação: inicialmente em relação ao universo rural e familiar, depois aos códigos e demandas do convento, e finalmente aos votos religiosos e à repressão da sua sexualidade. Esse conflito se manifesta em diferentes dimensões geográfica, institucional, espiritual e sexual compondo um quadro complexo de busca identitária. Marca: Não Informado